quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

ENTREVISTA COM A ANTROPÓLOGA HELEN FISHER

Leiam alguns trechos de uma entrevista realizada pela revista IstoÉ, em 1999, com a antropóloga estadunidense Helen Fisher, que estuda as diferenças evolutivas entre os sexos:

ISTOÉ - A sra. já havia escrito artigos sobre certas diferenças entre homens e mulheres. Por exemplo: o fato de que mulheres preferem falar com outra pessoa olhando nos olhos. Qual é a explicação para esse costume?
HELEN FISHER -
É um gesto adquirido da mãe. Ela pega a criança no colo, volta seu rosto para encará-la e fala com a criança. Trata-se de um reflexo aprendido. Os homens preferem se comunicar sem encarar. Eles se comunicam de lado, seguindo uma tradição que viria do tempo em que eram apenas caçadores e esperavam sua presa nos arbustos, falando com seus companheiros que estavam ao seu lado.

ISTOÉ - Como a sra. chegou a essas observações?
HELEN FISHER -
Bem, há muitos dados no campo da psicologia que nos levam a essas conclusões. Já foi verificado que o homem consegue intimidade fazendo coisas lado a lado. O modo como praticam esportes, jogando lado a lado; ou o prazer que sentem assistindo a um filme ou televisão ao lado de alguém. Quando psicólogos pedem para homens sentarem e conversar, há uma tendência a que eles se sentem lado a lado, é muito raro que eles escolham posições se encarando frente a frente. Isso é observado até em meninos pequenos. Tanto que existem vários psicólogos que começaram a fazer análises de pacientes masculinos sem sentarem-se de frente para eles, mas sim procurando uma posição mais de lado.

Vale a pena conferir o restante da entrevista acessando o link http://www.istoe.com.br/assuntos/entrevista/detalhe/29283_GUERRA+DOS+SEXOS

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

100 ANOS DE ESTILO E DANÇA!!!


A loja de departamentos londrina Westfield Stratford existe a 100 anos e fez esse vídeo super legal pra mostrar como o estilo de se vestir e dançar mudou ao longo desse tempo. Para quem curte história vale a pena conferir e perceber, através de uma leitura histórica e crítica de cada look, o quando a moda muda e com ela os costumes e a mentalidade de cada momento histórico (ou seria tudo o contrário?!):

Vídeo encontrado no blog Sedentário & Hiperativo (http://www.sedentario.org/page/3)!

sábado, 6 de agosto de 2011

QUESTÕES INTEMPESTIVAS II

Acredito que uma das principais funções do professor de história é instigar os alunos a se interessarem em “viajar” pela herança cultural “deixada” pelo passado. Nesse sentido, entre tantas e complexas implicações e objetivos, a disciplina de história deve também fazer com que os alunos se interessem pelo que há de mais divertido na História, ou seja, viajar pelo passado, sentir seus cheiros, ouvir seus sons, provar seus gostos, ver suas construções, analisar seus personagens e ao final dessa viagem perceber que estamos vivos...

Sendo assim, encontrei no blog Sedentário & Hiperativo ( http://www.sedentario.org/ ), o vídeo Move, pilar de uma experiência realizada pelo ator Andrew Lees, o diretor Rick Mereki e o produtor Tim White. Um passeio por 11 países diferentes, visitados em 44 dias, 18 vôos, 38 milhas e 2 câmeras. Uma experiência que deve sempre ser semelhante às aulas de história... uma viagem bela e inesquecível... ao mundo! Vale a pena ver!


MOVE from Rick Mereki on Vimeo.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

AVANTE PROFESSORES, DE PÉ [ADAPTADO]


Crônica publicada pela jornalista Elaine Tavares, na revista eletrônica Caros Amigos (disponível no link: http://carosamigos.terra.com.br/ ) presta homenagem aos professores de Santa Catarina, que com greves e manifestações lutaram para não ter seus direiros retirados por um projeto de lei, que acabou sendo aprovado no dia 14 de julho pela Assembleia Legislativa, em Florianópolis. O PLC 026 trata do salários dos professores e altera o plano de carreira da rede estadual. Com sua aprovação, a greve no Estado deve continuar. Infelizmente essa crônica vale para toda a realidade brasileira.

A cena apareceu, épica. Uma mulher, já de certa idade, rosto vincado, roupas simples, acocorada num cando da Assembléia Legislativa de Santa Catarina. Chorava. As lágrimas correndo soltas pela cara vermelha e inchada. Num átimo, a câmera captou seu olhar. Era de uma tristeza profunda, infinita, um desespero, uma desesperança, um vazio. Ali, na casa do povo, a professora compreendia que o que menos vale é a vontade das gentes. Acabava de passar no legislativo estadual o projeto do governador Raimundo Colombo, que vai contra todas as propostas defendidas pelos trabalhadores ao longo de dois meses de uma greve fortíssima. Um ato de força. A deputada Angela Albino chorava junto com os professores, os demais sete deputados que votaram contra – a favor dos trabalhadores - estavam consternados e, até certo ponto envergonhados por seus colegas. Mas, esses, os demais, os 28 que votaram com o governo, não se escondiam. Sob os holofotes das câmeras davam entrevistas, car as lavadas, dizendo que haviam feito o que era certo. Puro cinismo.

Na verdade o que aconteceu na Assembléia Legislativa foi o que sempre acontece quando a truculência do poder se faz soberana. Atropelando todos os ritos da democracia, o projeto do governador sequer passou por comissões, foi direto à plenário. Foi um massacre. Porque é assim que é o legislativo nos países capitalistas, ditos “países livres e democráticos“. Os que lá estão não representam o povo, representam interesses de pequenos grupos, muito poderosos. São eleitos com o dinheiro destes grupos. Aquela multidão que esperava ali fora – mais de três mil professores – não era nada para os 28 deputados bem vestidos que ganham mais de 20 mil por mês. Valor bem acima do que o piso que os professores tantos lutam para ter, 1.800 reais. E estes senhores tampouco estão se lixando para os professores estaduais porque certamente educam seus filhos em escolas particulares. Vitória, bradavam.

Mas os nobres parlamentares não ficaram contentes com isso. Ao verem os professores querendo se expressar, mandaram chamar a polícia de choque. E lá vieram os homens de preto com suas máscaras de gás, escudos e armas. Carga pesada para confrontar aqueles que educam seus filhos. Triste cena de trabalhador contra trabalhador, enquanto os representantes da elite se reflestelavam no ar condicionado. Por isso o olhar de desepero da professora, lá no canto, acocorada, quase perdida de si mesma.

Ao vê-la assim, tão fragilizada na dor, assomou de imediato em mim a lembrança da primeira professora, a mulher que mudou a minha vida. Foi ela quem me levou para a escola e abriu diante de mim o maravilhoso mundo do saber. Seu nome era Maria Helena. Naqueles dias de um longínquo 1965, ela era uma garota linda que morava do lado da nossa casa em São Borja (RS). Normalista das boas, ela não ensinava nas escolas privadas da cidade. Seu projeto de vida se constituiu ensinando nas escolas da periferia, com as crianças mais empobrecidas.

Por morar ao lado da minha casa ela percebeu que eu, aos cinco anos de idade, já sabia ler e escrever. Então, insistiu com minha mãe para que eu fosse para a escola, porque ela acreditava firmemente que ali, naquele ambiente, era onde se formavam as cabeças pensantes, onde se descortinava o mundo. Imagino que ela fosse até meio freiriana (adepta de Paulo Freire), por conta do seu modo de ensinar. Minha mãe relutou um pouco. A escola ficava longe, no bairro do Passo, e eu era tão pequena. Mas Maria Helena insistiu e venceu a batalha.

Assim, todas as tardes, mesmo nos mais aterradores dias do inverno gaucho eu saia de casa, de mãos dadas com a minha professora Maria Helena e íamos pegar o ônibus para o Passo. Numa cidade pequena como São Borja, só os bem pobres andavam de ônibus e assim também já fui tomando contato com o povo trabalhador que ia fazer sua lida no bairro de maior efervescência na cidade. O Passo era onde estava a beira do rio Uruguai, onde ficava a balsa para a travessia para a Argentina, os armazéns que vendiam toda a sorte de produtos, as prostitutas, os mendigos, os pescadores, os garotos sem famílias, as lavadeiras, enfim, uma multidão, entre trabalhadores e desvalidos. O Passo era um universo popular.

Maria Helena não me ensinou só a escrever, ela me ensinou a ler o mundo, observando a realidade empobrecida do bairro, a luta cotidiana dos trabalhadores, as dificuldades do povo mais simples. E mais, mostrou que ser professora era coisa muito maior do que estar ali a traçar letrinhas. Era compromisso, dedicação, fortaleza, luta. Conhecia cada aluno pelo nome e se algum faltava ela ia até sua casa saber o que acontecia. Sabia dos seus sonhos, dos seus medos e nunca faltava um sorriso, um afago, o aperto forte de mão. Com essa mulher aprendi tanto sobre a vida, sobre as contradições de um sistema que massacra alguns para que poucos tenham riquezas. E aqueles caminhos de ônibus até o Passo me fizeram a mulher que sou.

É esse direito que eu queria que cada criança pudesse ter: a possibilidade de passar por uma professora ou um professor que seja mais do que um “funcionário“, mas uma criatura comprometida, guerreira, capaz de ensinar muito mais do que o be-a-bá. Um criatura bem paga, respeitada, amada e fundamental.

Mas os tempos mudaram, os professores são mal pagos, desrespeitados, vilipendiados, impedidos de conhecer seus alunos, obrigados a atuar em duas ou três escolas para manterem suas próprias famílias. Não podem comprar livros, nem ir ao cinema ou ao teatro. São peças do sistema que oprime e espreme.

Os professores de 2011, em Santa Catarina, são acossados pela tropa de choque, porque simplesmente querem o direito de ver respeitada a lei. O governador que não a cumpre descansa no palácio, protegido. Mas aqueles homens e mulheres valentes, que decidiram lutar pelo que lhes é direito, enfrentaram os escudos da PM, o descaso, a covardia, a insensatez. E ao fazê-lo, estabelecem uma nova pedagogia (paidós = criança, agogé =condução).

Não sei o que vai ser. Se a greve acaba ou se continua. Na verdade, não importa. O que vale é que esses professores já ensinaram um linda lição. Que um valente não se achica, não se entrega, não se acovarda. Que quando a luta é justa, vale ser travada. Que se paga o preço pelo que é direito.

Tenho certeza que, aconteça o que acontecer, quando esses professores voltarem à sala de aula, chegarão de cabeça erguida e alma em paz. Porque fizeram o que precisava ser feito. Terão cada um deles essa firmeza, tal qual a minha primeira professora, a Maria Helena, que mesmo nos mais duros anos da ditadura militar, seguiu fazendo o que acreditava, contra todos os riscos. Oferecendo, na possibilidade do saber, um mundo grandioso para o futuro dos seus pequenos. Não é coisa fácil, mas esses, de hoje, encontrarão o caminho.

Parabéns, professores catarinenses. Vocês são gigantes!

Para acompanhar esta crônica nada melhor do que esta trilha sonora:

 

domingo, 17 de julho de 2011

QUESTÕES INTEMPESTIVAS I

O drama exposto pela professora Amanda Gurgel, sobre a situação da educação brasileira vista a partir do Rio Grande do Norte, não deixa de revelar toda a crueza da realidade nacional. Gostaríamos de disponibilizar aqui o vídeo para quem ainda não viu. Se você já assistiu vale a pena conferir de novo:

terça-feira, 21 de junho de 2011

ATIVIDADE DE HISTÓRIA - 1º SEMESTRE DO EJA - COLÉGIO ESTADUAL PROFESSORA VANDY DE CASTRO CARNEIRO

Na incansável busca por diagnosticar problemas e desafios referentes ao ensino de história, propus aos alunos do Ensino de Jovens e Adultos (EJA) da escola acima mencionada a seguinte questão: Por que em geral os(as) alunos(as) se sentem desinteressados pela disciplina de história? Aproveito a oportunidade para expor dois textos:

VIAGEM AO PASSADO
 
“Hoje em dia, crianças e jovens querem saber das modernidades. A cultura do entretenimento se enquadra no perfil imediatista que os jovens procuram. Para alcançar esse educando menos ávido, é preciso deixar as aulas mais dinâmicas. Em minha opinião, para se ter um entendimento do que acontece hoje em dia, precisamos conhecer e compreender nosso passado. [...] É imprescindível preencher o intelecto com histórias relevantes sobre a antiguidade, porque isso nos faz viajar ao fantástico mundo do conhecimento”. (Fabiana Tavares Belém)


“Porque os temas abordados não condizem com a realidade dos alunos. A forma como os conteúdos são abordados, não há como fazer relação com a vida no dia-a-dia. O que se aprende em sala de aula não serve para ser aplicado na prática, para a maioria dos alunos [...]. Ser alfabetizado, não quer dizer saber ler. E muitas vezes, inúmeras vezes, diria que infinitas, quando o aluno chega e diz: “odeio ler, nunca li nada na vida que gostasse de história. Aliás, nunca li nenhum livro! Nem sei por que existem livros?” Não estou falando que leu e não gostou, não incorporou esse hábito em sua vida, estou falando do aluno que nunca pegou um livro para ler, não leu nada de história e não lê de maneira alguma. Se não leu, como vai gostar? Todo professor, por obrigação de ofício, tem que ser um ser pensante, sensível, crítico, exigente, conhecedor de sua realidade e da matéria ensinada e aplicada. Para não causar frustrações pessoais nesta relação interpessoal com os alunos. Também por ser capaz de se colocar no lugar do outro, percebê-lo, tendo capacidade de pensar em cada aluno como um ser vivente, conhecedor de sua própria história [...]” (Ronigleidison Soares de Menezes)

Fica implícito que para a maioria dos alunos, além da estrutura escolar oferecida, o mais importante continua a ser a qualidade dos professores! Enquanto professor deixo bem claro a minha total compreensão da responsabilidade que este ofício demanda, contudo enfatizo que a total responsabilidade sobre a qualidade do ensino de história, por exemplo, não deve recair tão somente sobre os professores; deixando bem claro que nós, professores, também precisamos de condições sócio-econômicas que nos favoreçam... Abraço!

domingo, 19 de junho de 2011

ATIVIDADE DE HISTÓRIA - 3º SEMESTRE DO EJA - COLÉGIO ESTADUAL DOM FERNANDO I

Durante aulas sobre o “Brasil Colônia”, viemos a trabalhar em sala de aula o subtema “Condições da escravidão africana”! Sendo assim propus aos alunos trabalhar essa questão da escravidão africana através de músicas! Foram disponibilizadas as letras das músicas para que os mesmos pudessem acompanhar a música e após cada música abria-se para uma pequena discussão! A proposta da atividade era que os(as) alunos(as) produzissem um pequeno texto sobre o que as músicas tratavam. Por último, foi questionado aos(às) alunos(as) o seguinte: Qual sua opinião sobre usar músicas em sala de aula?
Reproduzo aqui dois textos que se destacaram, ressaltando que neste blog não há privilégio para destaques, pois a “cultura do destaque” constitui um problema que gera certo segregacionismo, contudo pelos limites do blog, infelizmente, teremos sempre que escolher... Confira os clipes das músicas e seus respectivos comentários:


Querendo ou não, todos nós somos parte da herança de um passado, que muitos renegam. Origem de um povo que carrega na alma marcas e contrastes de uma época que o negro, como pessoa não valia de nada, era apenas uma mercadoria.
De um tempo não muito longe e nem muito distante, [o negro] era impedido de se ter regalias e prazeres tão pequenos, mas que para eles era algo supremo. Mas o preconceito revolta de todos os lados, e até mesmo o que se é agredido com o racismo, se torna intolerável a ele mesmo, se submetendo ao pensamento de uma sociedade racista [...]
[...] Ser racista não é só preconceito com os outros é preconceito consigo mesmo!!!
- Simone Sousa Lima


É burrice achar que são diferentes porque são brancos ricos e até mesmo porque tem formação superior. O que é a cor se por dentro tudo é igual?
O que é o dinheiro se é sabido que muita coisa, como o sorriso verdadeiro não se compra? E por que ter formação superior se continuam burros?
Não seja um ignorante, o qual não consegue enxergar que somos todos mestiços, somos um povo que precisa de união, mas o que vemos, na verdade, é uma herança racial passada de pai para filho. Muitos negros roubam, mas muitos são roubados, e o que precisa ser feito para mudar essa nossa dura realidade?
Tirar as máscaras, as quais fomos submetidas a usar, no qual o erro de todos é achar que o racismo não existe, e o que as crianças aprendem brincando nada mais é que o preconceito racial se propagando desde a infância, sem saber a injustiça que está cometendo para o seu futuro.
No Brasil é difícil, somos todos descendentes de várias etnias, então por que continuar com esse tipo de atitude mesquinha? Todo mundo é racista e não sabe a razão. Vamos fazer uma reformulação geral, a qual só depende de nós, estamos com a faca e o queijo na mão. Dê à ignorância um ponto final.
É hora de fazer a escolha certa só depende de você!
- Philipe da Silva Sales

OPINIÕES:

“Usar músicas em sala de aula é muito mais que elevar a curiosidade do aluno no
aprendizado. Como uma forma muito satisfatória de aprender, assim, o aluno aprende e se diverte interagindo com o professor” (Philipe da Silva)

“Interagir com a música na sala é algo inovador, e de um ângulo aberto se tem mais criações. É uma forma de quebrar a rotina apreendendo mais. São formas diferentes de se debater e entender assuntos de um modo diferente conciliando todos” (Simone Sousa Lima)

“Radical! Mas não um radical junto com ruim, seria um radical excelente, nos faz compreender a realidade em nosso mundo, com os assuntos estudados” (Evandro Mauricio)

“Uma ideia ótima, ajuda a despertar o interesse do aluno, além de ser muito animada. Uma ótima forma de fazer com que os alunos aprendam” (Lucas Noia)

“Em minha opinião, acho que é interessante porque a música nos envolve e conseguimos entender melhor a mensagem que vai ser transmitida [pelas aulas]” (Silvia R. de Oliveira)

“É uma forma de levar conhecimento e cultura de uma forma diferente, tornando a aula mais interessante e construtiva ao mesmo tempo” (Weverton Kleiton)